Kinvo fecha parcerias e vai lançar plataforma B2B

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Quem investe em renda variável sabe o que é levar um bom tempo para preencher a declaração de IR. Uma parceria recém-fechada entre o Kinvo, fintech de consolidação de investimentos, e a startup Akeloo, especializada em inteligência tributária, promete facilitar o cálculo e o pagamento de impostos em renda variável.

Com a integração entre as duas plataformas, o usuário do Kinvo precisa apenas importar seus dados em vez de cadastrar cada operação, podendo consultar suas pendências em instantes. “Vamos ajudar o investidor não só a calcular IR, mas como pagar menos imposto dentro da lei. Também vamos calcular o imposto para quem tem ativos no exterior”, explica Moacy Veiga, CEO do Kinvo.

Kinvo, app de consolidação de investimentos (Crédito: Divulgação)
Kinvo, app de consolidação de investimentos (Crédito: Divulgação)

Com cerca de 600 mil usuários, sendo 44 mil pagantes, e R$ 100 bilhões em investimentos cadastrados, o aplicativo se diferenciou ao longo dos últimos anos por uma plataforma B2C. Agora o passo seguinte é investir em uma solução B2B, para consultores de investimento e agentes autônomos, que será lançada em dezembro, conta Veiga à Finsiders.

“Focamos na construção de ecossistema e produto com muita usabilidade. Tentamos traduzir complexidade do mercado financeiro para pessoas, criando gráficos e ferramentas exclusivas. Agora vamos ajudar o consultor a gerenciar melhor os resultados dele.”

A nova plataforma está em fase de testes com um grupo restrito de usuários há seis meses. A intenção da fintech é oferecer um produto para que os profissionais de investimento percam menos tempo com a gestão de carteiras dos seus clientes.

Expansão

Em paralelo, no B2C, a startup está indo para uma fase “divisora de águas”, segundo o empreendedor. O número de usuários pagantes saltou de 17 mil no início do ano para 44 mil. A equipe passou de cinco para 33 pessoas, e a empresa continua contratando.

A plataforma também vai começar a consolidar ativos internacionais para os 30 mil usuários fora do Brasil. A projeção é triplicar o faturamento em relação ao ano passado, diz Veiga. Para 2021, um dos planos é iniciar a expansão internacional, começando por Estados Unidos.

“Consolidação de informação é commodity, vamos para uma parte de interação e inteligência. Passamos o ano focados em análise de dados e vamos fazer trabalho forte de interação com usuários.”

Uma nova versão do aplicativo, prevista para o início de 2021, também terá uma área dedicada à educação e interação entre os usuários. “Quanto mais educado financeiramente for o usuário, mais tempo vai usar a plataforma”, aponta Veiga.

Mercado aquecido

Para o executivo, ex-diretor de TI e fundador da FuturaInvest — comprada pela Azimut — , o mercado brasileiro se beneficia atualmente de alguns fatores, como Selic a 2%; bolsa com mais de 3 milhões de investidores pessoa física; número recorde de IPOs; e migração acentuada de investidores para fundos. “O que me deixa preocupado é quem saiu da poupança e foi direto para a bolsa.”

O Kinvo nasceu dentro do time de tecnologia liderado por Veiga na Futurainvest e ganhou a primeira versão para o público final em setembro de 2018. Recebeu investimento-anjo de R$ 150 mil da Bossa Nova Investimentos e, desde então, não teve nenhuma outra rodada.

Hoje, a fintech de consolidação de investimentos disputa mercado com o Fliper, comprado este ano pela XP, e com o Gorila, que tem entre os investidores Ribbit, monashees, Canary e Iporanga Ventures. Outro competidor é o Real Valor, que acaba de ser comprado pela Empiricus.

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