Pix: BC prepara saque no varejo, por aproximação e Pix internacional

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Com cinco meses de funcionamento, o Pix já caiu nas graças do brasileiro e os números iniciais têm surpreendido até a comunidade internacional. No período, foram cadastradas 218,9 milhões de chaves, sendo 78,6 milhões de cidadãos e 5,2 milhões de empresas. O CPF é a chave mais usada (69,8%), seguida de chave aleatória (64%), celular (48,5%), e-mail (32,1) e CNPJ (4,5%). Os números foram apresentados por João Manoel Pinho de Mello, diretor de organização do sistema financeiro e resolução do Banco Central (BC), durante painel no Fintouch, evento da ABFintechs, na semana passada.

“Já passamos a população brasileira em chaves, são quase 80 milhões de cidadãos que já têm ao menos uma chave registrada. Vemos um crescimento significativo e constante, não tem tido estabilidade ao longo do tempo e vemos cada vez mais pessoas aderindo ao Pix como forma de pagamento”, afirmou, acrescentando ainda que as transações de Pix entre pessoas já superam a somatória de transações com TED e DOC.

Mello lembrou ainda que há uma grande quantidade de serviços e produtos que serão inseridos no Pix este ano e muitas das funcionalidades são para transações entre pessoas físicas.

“Já estamos no segundo trimestre, e em vias de entregar a conta salário e o Pix cobrança, com vencimento entra no próximo mês.”

Para o terceiro trimestre, o objetivo é entrar o saque Pix e, para isso será necessário aumentar a capilaridade de pontos de saques para não ficar restringido apenas em ATMs, correspondentes bancários e agências. “Vai melhorar a oferta de serviços para instituições que não tem rede própria de agência. Isso é importante para todos os bancos digitais, porque retira essa barreira competitiva”, afirmou. Assim como nos bancos em que o correntista tem direito a quatro saques grátis e, se precisar fazer um quinto saque ao longo do mês, essa operação é cobrada, o saque Pix seguirá o mesmo modelo de cobrança.

Pix marketplace e Pix internacional

O Pix por aproximação está previsto para entrar em funcionamento nos últimos três meses do ano. “Esse é um produto muito interessante e importante para atender quem precisa de rapidez e facilidade. Teremos toda uma preocupação com segurança e limitação de valor”, comentou, citando como exemplo a dinâmica do metrô e de ônibus, onde o pagamento por aproximação contribui para reduzir o tempo de permanência em filas.

Mello ressalta que o Pix tem uma agenda evolutiva e permanente. “É uma filosofia de evolução permanente e constante do Pix, a gente sabe de algumas funcionalidade e produtos que podem ser implementados nos próximos anos. Vamos acompanhar as demandas, vamos analisar e incorporar no Pix”, disse, revelando que o Pix markeplace é uma das demandas que está sendo analisada.

“Esse sistema vai facilitar muito o pagamento entre os vendedores. Assim que o consumidor ao efetuar o pagamento, cada vendedor recebe, rapidamente, o valor do seu produto”, explicou. Também está sendo discutido o Pix internacional para o recebimento e transferência para outros países.

De acordo com o chefe-adjunto de competição e estrutura do mercado financeiro do BC, Carlos Eduardo Brandt, que participou do Payment View, também na semana passada, para o quarto trimestre está previsto a figura de iniciador de pagamentos, ponto de conexão entre open banking e o open finance. Figura que está sendo regulada no âmbito do open banking e, depois será incorporado no ecossistema Pix.

“A figura do iniciador de pagamentos vai oferecer para clientes que precisam de pagamento uma dinâmica de pagamento diferente daquela que instituição financeira oferece. O iniciador de pagamento precisa ter conexão com PSP, vai poder se conectar ao DICT (que armaneza chaves das pessoas), e vai conseguir se conectar aos PSP de quem está recebendo”, disse Brandt. A conferir.

(Por Alessandra Taraborelli, para o Finsiders)

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Danylo Martins é jornalista com dez anos de cobertura de finanças, empreendedorismo e inovação no setor financeiro. Com MBA em mercado de capitais, é vencedor de quatro prêmios de jornalismo econômico e colabora com o jornal Valor Econômico há oito anos. Teve passagens por Folha de S.Paulo e revista Você S/A.

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