À espera de aval para virar IP, Transfeera inicia operação indireta no Pix

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A Transfeera, plataforma de gestão e processamento de pagamentos, passa a ser participante indireta do Pix, dentro do Sistema de Pagamentos Instantâneos Brasileiro (SPI), informa a fintech com exclusividade ao Finsiders. A fintech — que atua com automação de pagamentos em escala e validação de dados bancários facilitando o processo de pagamentos (cash-out) — agora também oferece contas Pix, que possibilitam o recebimento de dinheiro pelas companhias clientes (cash-in). Na operação do Pix é fruto de conexão com o BTG Pactual, participante direto no sistema.

A conta oferecida pela startup automatiza as rotinas de pagamento e recebimento por Pix e, com isso, ajuda no controle do fluxo financeiro de outras empresas. Os pagamentos e recebimentos podem ser realizados e monitorados todos por API na conta Pix Transfeera, sem o internet banking. Na plataforma da fintech, já foram realizadas mais de 400 mil operações com Pix, informa a empresa.

“Nosso propósito sempre foi o de fazer com que o processo de pagamentos fosse mais simples e eficiente para nossos clientes. A partir disso, procuramos adquirir ainda mais conhecimento sobre as dores e as expectativas das empresas, com isso passamos a desenvolver soluções inovadoras com grande foco em tecnologia e automação de processos”, explica ao Finsiders Guilherme Verdasca, CEO da Transfeera.

“Essa busca, alinhada com a tecnologia que desenvolvemos para resolver os problemas de nossos clientes, possibilitou a entrega da conta Pix, que pode ser conectada a qualquer operação e em qualquer sistema, assim as empresas podem focar no que fazem de melhor e a tecnologia cuida do controle e das atividades operacionais a partir do recebimento e/ou da confirmação de pagamentos.”

Recentemente, a fintech completou quatro anos de mercado. Hoje com mais de 250 clientes, já movimentou em sua plataforma mais de R$ 6 bilhões. Entre janeiro e abril de 2021, a startup cresceu 137%, mais que duplicando a receita em relação ao mesmo período do ano passado. Em 2020, faturou R$ 4,7 milhões e espera bater R$ 12 milhões este ano. A fintech catarinense também aguarda do Banco Central (BC) para operar como instituição de pagamento (IP).

O desenvolvimento da conta Pix vem após o investimento de R$ 3 milhões que a fintech recebeu no fim de 2020, numa rodada liderada pela Goodz Capital e com participação de Bossa Nova Investimentos, Honey Island e Curitiba Angels. O objetivo da Transfeera é ajudar as empresas a reduzir os custos operacionais com pagamentos. O algoritmo da startup automatiza os pagamentos em escala e consegue identificar possíveis erros nas transações, como número de conta incorreto, garantindo que as companhias clientes paguem sempre às pessoas certas.

Em outubro, na entrevista logo apos o aporte, o founder e CEO da fintech, Guilherme Verdasca, disse ao Finsiders que o cheque possibilitaria acelerar a tese de marketplace banking, adicionando novas soluções para os clientes, como cartão, crédito e antecipação de recebíveis.

Em paralelo, a fintech contratou Arthur Negrão, ex-gerente sênior de produtos do Ebanx, além de alguns desenvolvedores que trabalhavam em empresas como a Stone.

Ex-ContaAzul

Criada em 2017, a Transfeera foi fundada por Guilherme Verdasca, Fernando Nunes e Rafael Negherbon, todos ex-funcionários da Conta Azul. A primeira dor que os três queriam resolver era a tarifa de TED, simplificando os pagamentos para operações 24 por 7.

Aos poucos, os empreendedores notaram que a necessidade maior era de empresas, que pediam APIs de integração bancária. “Faltava integração entre sistema financeiro e os bancos, automatização desses processos. O dado não vem tão limpo a ponto de conseguir eficácia”, explica.

A fintech passou pelo programa Startup SC, do Sebrae-SC, e no ano passado integrou a turma do Programa de Aceleração Visa. Neste ano, a empresa foi selecionada para participar do Scale-Up Endeavor.

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Danylo Martins é jornalista com dez anos de cobertura de finanças, empreendedorismo e inovação no setor financeiro. Com MBA em mercado de capitais, é vencedor de quatro prêmios de jornalismo econômico e colabora com o jornal Valor Econômico há oito anos. Teve passagens por Folha de S.Paulo e revista Você S/A.

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