Monkey Exchange fecha parceria com Suzano para financiar fornecedores da companhia

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A produtora de papel e celulose Suzano firmou parceria com a fintech Monkey Exchange, marketplace de recebíveis, para auxiliar fornecedores a terem acesso a condições mais competitivas de crédito em operações de risco sacado.

O projeto faz parte do programa chamado Suzano Fortalece, uma iniciativa que tem o objetivo de fortalecer toda a cadeia de suprimentos da empresa e que permitirá aos fornecedores usufruírem da qualidade de crédito da Suzano nas negociações com bancos feitas via plataforma digital da fintech.

O acordo tem potencial de antecipar de R$ 300 milhões a R$ 400 milhões por mês, mas a ideia é que essa base cresça ainda mais. Inicialmente, um total de 451 micro, pequenas e médias empresas (MPEs) tiveram a oportunidade de acessar o programa. Esse número será ampliado gradativamente conforme a análise de riscos.

Desde o início da pandemia, a Suzano vem intensificando o trabalho interno de buscar soluções para ajudar a melhorar o capital de giro dos seus parceiros, principalmente aqueles que possuem maior dependência financeira da companhia, diz Julio Ramundo, diretor de tesouraria da Suzano.

“No ano passado, antecipamos pagamentos e agora vamos trabalhar com a Monkey para que nossos parceiros tenham acesso a juros mais baixos, de modo a fomentar a sustentabilidade financeira na cadeia e compartilhar valor com esses stakeholders”, explica o executivo, em nota.

Segundo Viviane Danemberg, gerente-executiva de suprimentos da empresa, o objetivo é apoiar os parceiros, trazendo um olhar diferenciado aos micros e pequenos fornecedores. “Desta forma, aumentamos a robustez da cadeia de suprimentos e, a partir da qualidade do nosso crédito junto aos bancos, conseguimos gerar e compartilhar valor.”

Para quem não conhece o mecanismo, a operação de risco sacado consiste na antecipação, por parte dos fornecedores, dos títulos a receber, em que o banco antecipa as faturas na data de solicitação, a uma taxa vinculada ao risco de crédito da empresa cliente. Funciona num formato semelhante a um leilão reverso de crédito, no qual vence o banco que apresentar o lance com a menor taxa de juros. Assim, tomadores do crédito tendem a conseguir condições mais atrativas do que as atuais.

O contrato com a produtora de papel e celulose não é o primeiro desse tipo costurado pela Monkey. Em novembro do ano passado, a fintech firmou uma parceria com a Petrobras para lançar o programa Mais Valor, com objetivo de financiar os fornecedores da petroleira.

Desde sua fundação, a Monkey já transacionou cerca de R$ 15 bilhões e espera fechar o ano de 2021 com volume transacionado entre R$ 20 bilhões e R$ 25 bilhões. A base da fintech já caminha para 100 clientes, contou recentemente ao Finsiders Gustavo Muller, CEO da Monkey. Entre os nomes, estão outras gigantes como Gerdau, Usiminas e Fiat Chrysler. Em fevereiro, levantou US$ 6 milhões em uma rodada de investimentos Série A, liderada pela Kinea, gestora do Itaú Unibanco, e pelo fundo americano Quona Capital (investidor de Creditas, Neon, BizCapital e Contabilizei).

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Danylo Martins é jornalista com dez anos de cobertura de finanças, empreendedorismo e inovação no setor financeiro. Com MBA em mercado de capitais, é vencedor de quatro prêmios de jornalismo econômico e colabora com o jornal Valor Econômico há oito anos. Teve passagens por Folha de S.Paulo e revista Você S/A.

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