Thinkseg, de Andre Gregori, vai fazer listagem direta de ações em NY

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A Thinkseg, insurtech fundada pelo ex-sócio do BTG Pactual Andre Gregori, vai fazer listagem direta de suas ações em Nova York. O pedido foi feito neste mês de junho à Securities and Exchange Commission (SEC), órgão regulador do mercado de capitais americano. Após o cumprimento do prazo e procedimentos, exigidos no regulamento​, a operação de vendas das cotas será concluída em setembro.

Esse tipo de operação, conhecido em inglês como DLP (Direct Listing Process), dispensa a necessidade de roadshow e de contratação de subscritor para a operação. Trata-se de um processo de oferta ao público menos demorado e caro do que os tradicionais IPOs.

Gregori explica que os recursos captados com a oferta de cotas pela DLP serão investidos em outra empresa, com estrutura financeira e jurídica própria, completamente separada da Thinkseg, inovadora na área de seguros. “Estamos providenciando a DLP da Thinkseg, por meio de REG A+, que é uma forma de isenção para ofertas públicas até 75 milhões de dólares”, diz ele, em comunicado.

Segundo o sócio e estruturador da operação de DLP nos Estados Unidos, Jose Rozinei da Silva, a Thinkseg segue a tendência de fintechs como Spotify, Robinhood e, mais recentemente, Coinbase, que se tornaram gigantes no mercado e optaram pelo DLP em vez do IPO. Responsável pela estruturação da operação da Thinkseg, o advogado coordena a listagem em Nova York, na sede da startup, aberta para atendimento aos investidores.

Durante a operação, em plataforma online, investidores do mundo todo podem adquirir cotas, sejam institucionais, qualificados e pessoas físicas, desde que tenham conta nos Estados Unidos para liquidação da operação. “O preço mínimo da cota será de 500 dólares”, diz Gregori.

Para que a Thinkseg obtivesse permissão para captação de recursos nos Estados Unidos, por meio da listagem direta, foi necessária a abertura da mesma startup com sede norte-americana, sem vínculo societário com a empresa no Brasil. Ambas detêm a mesma tecnologia aplicada em seguro para automóveis.

Pioneira no seguro de auto com apólice ‘liga-desliga’ no Brasil, a insurtech foi criada em 2016. No ano passado, foi uma das selecionadas para a primeira turma do sandbox regulatório da Susep. Em entrevista para mim, em março, ele disse que a Thinkseg já vinha se preparando nos últimos para ser uma seguradora digital. A decisão de entrar no sandbox só concretizou esse plano. “A gente vem tentando catequizar o mercado desde o início. E provocamos o regulador a apoiar a inovação. Era uma coisa natural [participar do sandbox]. Temos cabeça de seguradora, sistema de seguradora”, afirmou à época, na matéria do Valor.

A insurtech também vem fazendo movimentos de M&A para crescer nos últimos anos. Em junho de 2018, comprou a corretora on-line de seguros e produtos financeiros Bidu. Em agosto do ano passado, adquiriu 30% da insurtech argentina Comparaencasa, numa operação que marcou o início da expansão internacional da empresa.

Presente em países da América Latina, com a listagem direta, agora a Thinkseg mira EUA e México, um plano que já estava desenhado por Gregori, conforme ele revelou para mim em março. Atualmente, além da área de ‘pay per use’ e da Bidu, o grupo também atua com seguro garantia, por meio do Thinkseg Corporate.

A notícia sobre a listagem direta em NY saiu primeiro na Reuters.

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