boostLAB, do BTG Pactual, faz primeiro exit do portfólio de startups

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Desde a criação, em 2018, do boostLAB, hub de negócios para empresas tech do BTG Pactual, já passaram pelo programa 60 startups — dessas, sete foram investidas pelo banco: A de Agro (antiga Agronow), Finpass, Pier, Spinet Bank (dona da Liber Capital), Celcoin, iClubs e Digesto.

Agora, o boostLAB acaba de fazer seu primeiro exit do portfólio, com a aquisição da Digesto pela JusBrasil, uma legaltech investida por SoftBank e Monashees e uma das pioneiras do ecossistema de startups de Salvador.

Depois de três anos de investimento e participação ativa no conselho da Digesto, o BTG decidiu fazer a saída e multiplicou o capital aportado em quase 3x nesse período, conta Frederico Pompeu, sócio do BTG Pactual e head do boostLAB, com exclusividade ao Finsiders.

“Entendemos que nosso papel havia sido cumprido. Conversamos com o empreendedor e entendemos que era o momento dele seguir essa nova jornada, ao mesmo tempo que a parceria com o banco continua, agora como fornecedor”, explica o executivo.

Fundada há dez anos pelo advogado Tomás Camargo e pelo engenheiros Ricardo Cabral, a Digesto atua no mercado jurídico, monitorando diariamente todos os processos do Brasil em tribunais federais, estaduais e trabalhistas.

Auxilia os clientes no acompanhamento de novas ações, no monitoramento inteligente de ações em andamento, no saneamento de carteiras processuais antigas e não atualizadas, informando o status atual de cada processo e identificando processos existentes não mapeados, além de fornecer relatórios de ‘due diligence’ padronizados em curto espaço de tempo.

A startup foi selecionada em 2018, na segunda edição do programa de potencialização do boostLAB, dentro de um grupo de seis startups das mais de 132 empresas inscritas. De lá pra cá, a empresa teve o boostLAB como seu único investidor institucional.

“Quando conhecemos o Tomás, CEO e fundador, ficamos muito impressionados com seu conhecimento de mercado e sua visão sobre as oportunidades a serem exploradas dentro do universo jurídico”, explica Pompeu.

A partir de então, o BTG passou a utilizar a solução da startup no Banco Pan, na mesa de ‘special situations’ e na Enforce, empresa do grupo especializada em recuperação de créditos estressados.

“Conhecendo cada vez mais o time e a solução, foi natural que acabássemos investindo na empresa, trazendo um pouco mais de gestão e de processos, de forma a permitir que ela crescesse de uma maneira mais organizada.”

Desde quando foi lançado, ainda como um programa de potencialização de scale-ups, o boostLAB vem ampliando seu escopo de atuação. Inaugurou uma área de venture debt e, neste ano, lançou uma linha de crédito para startups com receita recorrente mensal (MRR, na sigla em inglês), conforme o Finsiders revelou.

O banco tem, ainda, um fundo de Corporate Venture Capital de R$ 200 milhões, com foco em cheques menores, como disse Roberto Sallouti, presidente do BTG, no último demo day, em julho.

O BTG não é o único a acelerar os negócios com startups. Outras instituições, como ABC Brasil, Genial, BV e Alfa, vêm ampliando as soluções para o ecossistema, assim como têm feito alguns cheques.

Os grandes bancos, claro, têm suas iniciativas de Corporate Venture. O Itaú Unibanco lançou este ano, via Kinea, o Kinea Ventures, que já assinou cheques para quatro negócios: Monkey Exchange, Paketá, Tenchi e, nesta semana, anunciou investimento na Mola Corban (que o leitor do Finsiders conheceu lá atrás, em primeira mão).

O Bradesco tem um fundo de R$ 400 milhões com aportes em mais de 13 startups. E o Santander opera globalmente o fundo Mouro Capital, que tem mais de 35 investidas no mundo, entre elas, duas fintechs brasileiras — a55 e Creditas.

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Danylo Martins é jornalista com dez anos de cobertura de finanças, empreendedorismo e inovação no setor financeiro. Com MBA em mercado de capitais, é vencedor de quatro prêmios de jornalismo econômico e colabora com o jornal Valor Econômico há oito anos. Teve passagens por Folha de S.Paulo e revista Você S/A.

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