Bancos digitais e fintechs avançam em soluções B2B

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Nos últimos anos, a competição pelo cliente B2B no setor financeiro se acirrou. E a digitalização, acelerada pela pandemia, é o pano de fundo por trás deste movimento. Na mira de bancos digitais e fintechs estão, principalmente, as pequenas e médias empresas (PME). A explicação para isso é simples: trata-se de um mercado enorme, em expansão e, até então, ignorado pelos grandes bancos de varejo no país.

Para se ter uma ideia, dos mais de 18 milhões de CNPJs ativos hoje no Brasil, mais de 93% são negócios de micro e pequeno porte, conforme dados do Ministério da Economia. Somente em outubro foram abertas cerca de 320 mil empresas — no acumulado do ano, esse número ultrapassa 3,4 milhões. De acordo com o Sebrae e a Fundação Getulio Vargas (FGV), as PMEs já representam 30% do PIB brasileiro.

Cada vez mais as empresas, em especial as de menor porte, buscam adotar tecnologias em suas jornadas de consumo, e com serviços financeiros não é diferente. É simples entender porquê. Quando nós, pessoas físicas, acostumamos com facilidades no dia a dia, aceitamos tranquilamente voltar como era antes? Dificilmente. Com as PJs, ainda mais as pequenas, não é nada diferente.

Antes, o empresário tinha que ir até uma agência para contratar um serviço, como apenas abrir uma conta corrente, e isso se tinha uma unidade na cidade onde estava. Além de que corria o risco de receber uma negativa por parte do banco. Isso está mudando, com o avanço de alguns bancos digitais e fintechs, oferecendo de conta digital a produtos de crédito para negócios em todo o país.

“Essas empresas sempre foram uma oportunidade, mas existia dificuldade de acessá-las. Precisava ter agência ou contar com milhares de analistas para avaliar um crédito. O que mudou foi a digitalização que nos permite acessar essa empresa”, disse Rogério Stallone, sócio de crédito corporativo do BTG Pactual e co-head do BTG+ business, que participou de webinar realizado pelo Finsiders na semana passada, com apoio da Fenergo.

O cenário de maior digitalização impõe um desafio de sempre buscar as soluções adequadas para a jornada do cliente B2B, que exige — assim como as pessoas físicas — uma melhor experiência nas plataformas onde vai consumir os serviços. “O olhar das instituições é diário, sempre buscando as soluções adequadas para melhorar a vida do cliente. A gente passou a se adaptar a ele, e não o contrário”, disse Breno Guelman, executivo do BS2, que também participou da discussão.

Na visão de Paulo Nascimento, diretor para a América Latina da Fenergo, os bancos têm um tripé de desafios: melhorar a experiência dos clientes, aumentar a eficiência operacional e lidar com o compliance.

Para resolver isso e escalar, é necessário investir tanto em uma boa equipe, quanto em tecnologia no aperfeiçoamento daquilo que é ‘core business’ das instituições. Ao mesmo tempo, procurar fazer parcerias para outros serviços complementares. Além de, claro, se dedicar às boas práticas de governança.

“A fidelização se dará por quem entender as dores do cliente e quem encontrar as melhores soluções que vai crescer mais rápido”, avaliou o executivo durante o webinar. Parece muita coisa, mas esse movimento de ‘colocar o cliente B2B no centro’ já está claro para as instituições e tende a ganhar ainda mais força ao longo dos próximos anos.

Na visão de Breno, do BS2, já houve uma grande evolução da parte transacional dos bancos, possibilitando abertura de contas, por exemplo, de forma muito mais rápida do que alguns anos atrás. Ele comenta ainda — cuja opinião é compartilhada pelos demais palestrantes — que o Open Finance, a que chama de “um caminho sem volta”, contribui muito para manter essa tendência. Em outras palavras, mais dados — com consentimento do usuário, por óbvio — que poderão ser utilizados para melhorar as soluções e os benefícios ao cliente final.

Os exemplos de BTG e BS2 deixam clara a oportunidade em oferecer produtos e serviços para o cliente B2B. Há pouco mais de um ano, o banco de investimentos lançou o BTG+, seu banco de varejo, e o BTG+business, a plataforma de soluções, crédito e serviços financeiros para pequenas e médias empresas (PME).

Hoje, o segmento já representa 15% da carteira de crédito total do banco, disse Rogério no evento. Já o BS2 comprou, em junho, a fintech de crédito israelense Weel e recentemente passou a se posicionar como um banco digital completo para empresas, reforçou Breno.

“Houve uma mudança total do paradigma nos últimos três anos. As fintechs deixaram de ser apenas competidores para serem colaboradores. As soluções são das mais diversas. É a velha história da união faz a força para atender o cliente e ser mais competitivo”, afirmou Paulo, da Fenergo.

As instituições financeiras, tradicionais ou não, sabem bem que, neste cenário, há espaço para todos. Mas os desafios crescem na mesma proporção das oportunidades. Se de um lado, o cliente, cada vez mais criterioso, procura soluções personalizadas, mais ágeis, eficientes e sem fricção; do outro, estão os órgãos reguladores que, preocupados com a segurança, não deixam de modernizar a todo momento as normas relacionadas ao chamado KYC (sigla em inglês para conheça seu cliente) e à prevenção contra lavagem de dinheiro (PLD).

Isso exige uma adaptação rápida por parte dos bancos. Equilibrar estas vertentes é o grande desafio. Paulo lembra que, no caso do atendimento às regulamentações, por exemplo, os empresários podem contar cada vez mais com soluções nacionais ou internacionais, como é o caso de plataformas que digitalizam o processo de ciclo de vida do cliente B2B, desde o processo de ‘onboarding’.

Para acessar a gravação do webinar “Como instituições financeiras podem melhorar a experiência do cliente B2B”, clique aqui.





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