Dock levanta US$ 110 milhões e é avaliada em US$ 1,5 bilhão

(Atualizada às 11h30) A Dock, empresa de tecnologia para meios de pagamento e digital banking, acaba de levantar US$ 110 milhões em um aporte que avalia o negócio em US$ 1,5 bilhão.

A nova rodada foi liderada pelos fundos Lightrock (que investe em Creditas, Konfio e Betterfly, por exemplo) e Silver Lake Waterman (que tem a Loft no portfólio e já investiu na Klarna e Stripe). Os investidores atuais — Riverwood Capital, Viking Global Investors e Sunley HouseCapital — acompanharam.

Os recursos serão usados para acelerar o desenvolvimento de novos produtos e os planos de expansão internacional, além da contratação de novos talentos à medida que a Dock explora o mercado endereçável total (TAM) de US$ 18,5 bilhões para processamento de cartões e banking as a service (BaaS) na América Latina.

Na última captação, anunciada em outubro de 2020, a Dock (então Conductor) recebeu US$ 150 milhões em rodada liderada pela Viking Global Investors, com participação da Sunley House, afiliada da Advent. Em dezembro, levantou mais US$ 20 milhões com a Temasek, da Cingapura.

“É apenas o começo para nós”, afirma Antonio Soares, CEO da Dock, em comunicado. “Este investimento valida nossa visão de trazer grandes soluções para o mercado que resolvem problemas reais de negócios para nossos clientes, aumentando e democratizando o acesso a serviços financeiros.”

O novo aporte ocorre num momento em que a Dock vem trilhando sua expansão para outros países da América Latina. Em março, a companhia anunciou o lançamento de escritórios no México, Chile e na Colômbia. Também está montando operações na Argentina, no Equador e na República Dominicana.

O movimento de desembarque em outras terras latinas já vem desde o fim do ano passado, quando a empresa de tecnologia comprou a mexicana Cacao, transação noticiada em primeira mão pelo Finsiders, em novembro.

Foi a terceira aquisição feita pela Dock recentemente. Em 2020, ainda como Conductor, a empresa comprou a Muxi, provedora de soluções de adquirência, para crescer neste segmento.

No início de outubro do ano passado, a Dock fechou a compra da BPP (antiga Brasil Pré-Pagos), instituição de pagamento (IP) especializada em BaaS.

Com 65 milhões de contas ativas, a empresa processa anualmente 5 bilhões de transações, informa em comunicado. Desde 2014, tem tido um crescimento médio de 45% ao ano, conforme informações disponíveis em seu site.

Atualmente, a Dock atende mais de 300 clientes, incluindo empresas em diversos segmentos, como varejo, mobilidade, instituições financeiras, startups e fintechs, entre elas, nomes como C6 Bank, Bitz (wallet do Bradesco) e Conta Simples.

Mercado

A captação chega num contexto de aquecimento das plataformas de infraestrutura e banking as a service (BaaS) na América Latina. Em movimento recente, o FitBank — que tem JP Morgan e CSU entre os acionistas — anunciou a compra do controle da EasyCrédito, marketplace de crédito pessoal.

Em fevereiro, a Celcoin divulgou a aquisição da Flow Finance para também avançar em crédito e novas aquisições estão previstas em sua agenda de consolidação. A QI Tech é outra que planeja ir às compras nos próximos meses.

A notícia sobre o aporte da Dock saiu primeiro no site TechCrunch.

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