Norte-americana Sezzle chega ao Brasil para fazer o "fiado digital"

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O bom e velho crediário brazuca, popularizado pela Casas Bahia, ganhou roupagem digital e nos últimos anos vem se tornando uma tendência mundo afora, em mercados como EUA, Europa e Ásia, onde a cultura do parcelamento só agora começa dar seus primeiros passos, com o pomposo nome “buy now, pay later” (BNPL), que significa, literalmente, compre agora e pague depois (já viu isso em algum lugar? Risos).

Apesar da concorrência com outras modalidades de pagamento bem consolidadas, o BNPL tem potencial para crescimento no mercado brasileiro e pode beber do rápido avanço do Pix, cuja agenda evolutiva tem, por exemplo, o Pix Garantido, que permitirá o parcelamento de compras.

Estimativa feita pela consultoria GMattos indica que, considerando as transações negadas por falta de limite no cartão de crédito, o potencial do mercado de BNPL pode alcançar mais de R$ 80 bilhões/ano no Brasil.

Não à toa, a norte-americana Sezzle — um dos principais players do segmento —, acaba de desembarcar no Brasil.

Adquirida em fevereiro pela rival australiana Zip por 491 milhões de dólares australianos (algo como US$ 352 milhões, no câmbio da época), a Sezzle tem uma base com quase 47 mil merchants ativos, 3,4 milhões de consumidores ativos e somou um volume transacionado total (TTV, na sigla em inglês) de US$ 1,8 bilhão em 2021.

‘Fiado digital’

Presente também na Índia, Europa, no Canadá e em outros mercados, a fintech fundada em 2016 pelos norte-americanos Charlie Youakim, Paul Paradis e Killian Brackey chega agora ao Brasil querendo fazer digitalmente o famoso “fiado”, com uma solução de parcelamento em 4x sem juros, no Pix ou no débito, e limite inicial de R$ 400.

“O que estamos fazendo é muito mais um ‘fiado eletrônico’ do que ‘crediário eletrônico’. É a base da relação de confiança do fiado que o seu Manoel tinha no armazém da esquina”, explica ao Finsiders João Pedro Teles, CEO da Sezzle Brasil, que terá investimento da empresa norte-americana por um ano e meio, mas o controle será do time-fundador brasileiro, liderado por João Pedro.

Desde o segundo semestre do ano passado, a Sezzle Brasil vem trabalhando na “tropicalização” da solução e nos processos de integração com parceiros, incluindo plataformas de e-commerce e provedores de meios de pagamentos. A fintech está na reta final de conexão com a Nuvemshop, cuja base passa de 100 mil lojistas online na América Latina. A expectativa, diz João Pedro, é que a integração seja concluída na primeira quinzena de julho.

Da esq. para dir., Tiago Cajahyba (CTO), João Pedro Teles (CEO), Carlos Leão (CFO) e Leo Villanova (CMO) da Sezzle Brasil (Foto: Divulgação)
Da esq. para dir., Tiago Cajahyba (CTO), João Pedro Teles (CEO), Carlos Leão (CFO) e Leo Villanova (CMO) da Sezzle Brasil (Foto: Divulgação)
‘Soft launching’

Enquanto isso, a fintech está operando em fase de testes com quatro lojistas — dois (Vinodega e Apisnutri) por meio da plataforma Leancommerce e outros dois (Luza Cosméticos e Nerd Forever) oriundos da plataforma Digital Seller. “Estamos em regime de ‘soft launching’”, aponta João Pedro. “Nosso foco é o pequeno e médio e-commerce. Queremos nos posicionar como um parceiro efetivo para acelerar as vendas desse público.”

A expectativa é chegar ao final do ano com uma base de 200 a 300 lojistas, aproximadamente 10 mil usuários e cerca de 30 mil transações. “É um número pequeno baseado na expectativa do crescimento orgânico que temos”, reconhece o empreendedor.

Em três anos, a projeção é atingir um GMV (sigla em inglês para volume bruto de mercadorias) de cerca de R$ 470 milhões, o que geraria para a Sezzle uma receita estimada entre R$ 30 milhões e R$ 35 milhões. “O que nos aproximaria do breakeven. Mas pode melhorar caso tenhamos sucesso nas nossas rodadas de captação.”

O crescimento orgânico vai dar a tônica da Sezzle Brasil este ano. Ao contrário de outros players de BNPL, que carimbaram o passaporte para o Brasil após rodadas de captação, a fintech “não desembarca com uma mala cheia de dólares para um crescimento acelerado”, nas próprias palavras do empreendedor. “Queremos passar por um ciclo de capitalização entre o fim deste ano e início de 2023.”

Parcerias

Neste primeiro momento, o funding para o ‘fiado digital’ será próprio, até que a fintech atinja uma volumetria suficiente que justifique ir a mercado via estruturas de securitização ou emissão de FIDCs (fundos de investimento em direitos creditórios), explica João Pedro.

As operações de pagamentos e Pix serão feitas por meio de parceiros, como Matera (Pix) e Dock (adquirência de crédito e débito). “Temos encaminhado integração com Nuvei e Rede. Para crédito, estamos conversando com a QI Tech”, conta o empreendedor.

O modelo ‘as a service’ oferecido por esses players e outros é uma estratégia adotada por muitas fintechs e empresas de diversos setores para acelerar o ‘time to market’, em vez de construir tudo dentro de casa, o que levaria muito mais tempo e demandaria um volume maior de recursos financeiros e humanos.

É comum que as startups iniciem suas jornadas se plugando a provedores de BaaS ou CaaS para, quando atingirem tamanho suficiente, buscarem suas próprias licenças. “Já temos um estudo regulatório para cobrir nossa operação depois, e isso significa caminhar para uma SCD [Sociedade de Crédito Direto].”

Misto de fintech com retailtech

Além do histórico da Sezzle no exterior, o empreendedor aponta que um dos principais diferenciais do modelo de BNPL da empresa é a combinação entre fintech e retailtech, com uma estratégia bastante focada no check-out dos lojistas. Tanto é que lá fora 85% dos clientes aderem à solução da Sezzle via check-out, e apenas 15% chegam à fintech por meio de seus próprios canais.

No lado fintech, a principal vantagem para os lojistas, diz João Pedro, é oferecer um novo meio de pagamento para seus clientes com recebimento em D+1, com o risco de fraude e inadimplência assumido totalmente pela Sezzle, que também cuida da gestão do recebimento das parcelas. “Do lado retailtech, vamos trabalhar em conjunto campanhas de marketing, ações promocionais com vouchers, cupons e programas de loyalty.”

João Pedro Teles, CEO da Sezzle Brasil (Foto: Divulgação)
João Pedro Teles, CEO da Sezzle Brasil (Foto: Divulgação)

A fintech ganha com uma taxa cobrada dos varejistas parceiros – varia conforme o segmento e o volume transacionado –, que inclui todo o serviço prestado pela Sezzle para captura e processamento das transações de pagamentos, assim como o suporte às campanhas de marketing e ações promocionais.

Todo o ônus de chargeback — um grande problema para e-commerces e marketplaces – fica com a Sezzle, diz ele. “Não estou intermediando uma transação. Estou vendendo um serviço que o lojista tem garantia de recebimento no dia seguinte.”

Já para o consumidor final, o BNPL é uma oportunidade de comprar online, receber o produto e concluir o pagamento em parcelas quinzenais, sem precisar comprometer o limite do cartão. “Se o cliente passar pela camada anti fraude, já vai ter um limite básico e vai receber incrementos nesse limite à medida que vai provando que é bom pagador”, explica o empreendedor.

Outra vantagem é poder reescalonar os pagamentos, ou seja, se o cliente perceber que não vai conseguir pagar a parcela, poderá adiar esse pagamento, jogando a parcela para o final.

Público-alvo e endividamento

O rápido sucesso do nosso crediário no modelo digital em terras gringas também vem sendo acompanhado de perto por reguladores em países como Reino Unido e Austrália.

Um dos questionamentos é que o BNPL, apesar ou justamente por sua simplicidade na contratação do crédito, pode ter “efeitos adversos”, como o aumento do endividamento e consequentemente da inadimplência, conforme escreveu o especialista em inovação financeira Bruno Diniz, em sua coluna no portal Noomis, em abril [vale a leitura!].

Perguntado sobre esse “risco”, João Pedro argumenta que a Sezzle Brasil está chegando com um produto básico de BNPL, de curto prazo e tíquetes pequenos.

“Esse produto básico não gera endividamento. A cada parcela em atraso, [a pessoa] fica impedida de novas compras, mesmo que tenha limite. É uma trava para o superendividamento”, diz. “Temos um programa interno de educação financeira para trabalhar o uso responsável do crédito. Até porque nosso propósito é empoderar financeiramente a próxima geração.”

As gerações Z e Y (também conhecida como millennials) são o foco principal da Sezzle lá fora, e aqui no Brasil não será diferente dado esse propósito. “Mas aqui temos um público adicional que é a pessoa com renda irregular”, observa João Pedro. “No Brasil, mais de 60 milhões de pessoas têm renda irregular, e isso inclui quem é CLT e precisa complementar a renda. E precisa de um fôlego às vezes.”

Empresa B

O empreendedor conta, ainda, que a Sezzle tem o selo B-Corp, selo conferido pela organização sem fins lucrativos B Lab. Trata-se de uma certificação que considera não só o desempenho econômico de uma companhia, mas também o desempenho social e ambiental que a empresa gera em todo o seu processo de operação.

Atualmente, mais de 4,7 mil empresas são B-Corps. No Brasil, são menos de 300. Entre as que atuam com serviços financeiros, em diferentes segmentos, estão as fintechs Celcoin, Provi e Social Bank.

Mercado

Globalmente, o mercado de BNPL movimentou um volume recorde de US$ 120 bilhões em 2021, o dobro em relação ao ano anterior, conforme pesquisa divulgada recentemente pela GlobalData. A expectativa é que o segmento atinja US$ 576 bilhões em 2026.

Apesar do crescimento, o BNPL representa uma fatia de apenas 2,3% do mercado global de e-commerce, de acordo com o levantamento. Potencial que atrai fintechs no mundo todo, além de grandes nomes de tecnologia, como Apple e PayPal.

No mundo, o principal player do segmento é a sueca Klarna, fintech avaliada em mais de US$ 45 bilhões, mas que talvez tenha que fazer um down round de US$ 15 bilhões para conseguir levantar um novo cheque de US$ 1 bilhão, conforme reportagem do The Wall Street Journal.

Já a norte-americana Affirm, que estreou na Nasdaq em janeiro de 2021 e chegou a uma capitalização de mercado de US$ 24 bilhões após o IPO, agora vale pouco mais de US$ 5 bilhões e vê suas ações caírem mais de 83% nos últimos seis meses.

Por aqui, os nomes incluem a colombiana Addi – que levantou US$ 200 milhões em dezembro/21 – e a brasileira Provu (antiga Lendico), que captou R$ 1,4 bilhão em novembro/21 via FIDC em uma operação com o banco norte-americano Goldman Sachs (que lá fora, by the way, comprou a fintech GreenSky).

Outro exemplo no Brasil é a BoletoFlex, que lançou o pagamento parcelado via Pix em compras online no ano passado, conforme noticiou o Finsiders.

Conforme levantamento da consultoria GMattos, a lista de fintechs operando BNPL no Brasil inclui, ainda, nomes como Koin (do grupo Decolar); Pagaleve; Parcelex; e Virtus Pay.

A pergunta que não quer calar: será que haverá espaço para tantos players, num mercado acostumado ao parcelamento? Para a Gmattos, “provavelmente não haverá sustentação para um número grande de players” no segmento, e consolidações tendem a ocorrer. “Amplitude da aceitação (lojistas), experiência de uso, capacitação no ciclo creditício são fatores determinantes para definir quais projetos terão sucesso daqui por diante”, escreve a consultoria em um estudo recente sobre BNPL.

Leia também:

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Danylo Martins é jornalista com dez anos de cobertura de finanças, empreendedorismo e inovação no setor financeiro. Com MBA em mercado de capitais, é vencedor de quatro prêmios de jornalismo econômico e colabora com o jornal Valor Econômico há oito anos. Teve passagens por Folha de S.Paulo e revista Você S/A.

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