Volume de aportes cai, mas fintechs seguem liderando captações em agosto

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Sinais dos tempos. Em agosto de 2021, as fintechs brasileiras levantaram US$ 178 milhões. Corta para agosto deste ano. O volume captado pelas fintechs um ano atrás agora foi praticamente o que as startups brazucas de maneira geral receberam em aportes.

De acordo com levantamento do Distrito em parceria com o Bexs Banco, no mês passado, foram 42 rodadas que totalizaram US$ 174,2 milhões, volume 80,2% inferior ao registrado em igual período de 2021, quando as startups captaram US$ 880,3 milhões investidos em 77 rodadas.

A plataforma de inovação ressalva que, em agosto do ano passado, foram anunciadas captações com valores significativos, que puxaram as cifras para cima. Foi o caso do cheque de US$ 116 milhões (mais de R$ 600 milhões, no câmbio da época) recebido pela Cora, fintech para pequenas e médias empresas (PMEs).

No mês passado, como de praxe, a vertical de fintechs foi a que mais atraiu investimentos. No total, as empresas do setor receberam US$ 97,6 milhões em 12 deals. Ainda assim, o volume ficou bem abaixo do patamar registrado um ano atrás.

“As fintechs continuam na liderança de captações — o que se mantêm desde 2018”, diz Gustavo Gierun, CEO e cofundador do Distrito, em nota. Na sequência, em volume captado, aparecem as healthtechs, com US$ 47,5 milhões recebidos em agosto.

Dos dez maiores investimentos mapeados pelo Distrito no mês passado, quatro foram de fintechs (NG.Cash, Investo, Klavi e Pagaleve), e você leu sobre elas aqui no Finsiders. A plataforma considera, ainda, a startup de benefícios flexíveis Caju na categoria de fintechs — a HRTech levantou uma Série B de US$ 25 milhões.

No acumulado do ano, as fintechs respondem por quase 44% do volume captado pelas startups brasileiras, nas contas do Distrito. Entre janeiro e agosto, as startups de modo geral levantaram US$ 3,6 bilhões, queda de 45% ante os US$ 6,6 bilhões apurados no mesmo intervalo de 2021, num sinal claro de que o ecossistema continua sentindo os efeitos do quadro econômico e político global.

“Quando analisamos a evolução dos investimentos, os oito primeiros meses de 2022 já superam o total do ano de 2020, por exemplo, mostrando que o mercado de venture capital continuará relevante no país. E, em número de investimentos, essa marca também deve ser superada em breve”, analisa Gustavo.

Um alento?

O levantamento aponta, ainda, que o tíquete médio de rodadas em estágios iniciais, de anjo a Série A, teve crescimento neste ano. Conforme a análise do Distrito, as rodadas pré-seed cresceram de US$ 350,6 mil para US$ 788,1 mil, e as seed saltaram de US$ 1,5 milhão para US$ 2,4 milhões, por exemplo.

Já as captações em estágios mais avançados registraram queda, como é o caso dos deals de Série D, que passaram de US$ 132,3 milhões para US$ 124,1 milhões.

M&A

Ainda em agosto, a pesquisa aponta a realização de 14 fusões e aquisições (M&A), também com queda em relação a igual período do ano passado, quando foram 21 operações.

Já o acumulado do ano se mantém estável em relação a 2021 – foram 155 transações no ano passado e 154 este ano.

Das operações envolvendo fintechs ou empresas de tecnologia do setor, vale destaque para a aquisição da RBM WEB pela Dimensa por R$ 30 milhões, além da compra da Hackr Ads pela Conta Simples em uma transação de valor não revelado.

E no mundo?

Globalmente, em agosto, as fintechs levantaram US$ 3,7 bilhões em 259 deals, no menor volume desde novembro de 2020, conforme dados do banco norte-americano FT Partners.

Já os M&As mundo afora somaram US$ 20 bilhões em 131 transações, no maior patamar financeiro desde maio de 2022.

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