RADAR: Motorola entra em serviços financeiros, Pay4Fun lança cartão e mais

A Motorola anunciou hoje (5) o lançamento de uma conta digital integrada a um smartphone. Essa notícia e outras no Radar do Finsiders

Embedded finance: Motorola lança conta digital

A Motorola, fabricante de celulares do grupo Lenovo, anunciou hoje (5) o lançamento de uma conta digital integrada a um smartphone, e o Brasil é o primeiro país do mundo a oferecer essa solução da marca.

O Dimo — como é a chamada a conta — oferece todas as funcionalidades de uma conta corrente, como pagamento de contas e boletos, transferências via Pix e TED, saques no Banco24Horas, além de portabilidade de salário e antecipação de até cinco parcelas do saque-aniversário do FGTS. Os clientes têm acesso, ainda, a um cartão de débito bandeira Visa.

A conta digital da Motorola nasce com 30 mil clientes, que participaram da fase beta do projeto, com duração de um ano para que o funcionamento pudesse ser testado e aperfeiçoado constantemente até o seu lançamento oficial. O serviço, inicialmente exclusivo para os usuários da marca, pode ser acessado diretamente pela plataforma Hello You, sem precisar baixar nenhum aplicativo.

Em nota, a Motorola informa que o Dimo será disponibilizado nos aparelhos da marca de forma gradativa, por fases, começando pelos smartphones a partir da versão do Android 10 e acima. Para ter uma conta, não é preciso fazer nenhum download na Play Store. Basta procurar pelo ícone no menu de aplicativos ou no Hello You, que reúne serviços e notícias.

“A conta digital Dimo já nasce integrada ao smartphone com toda segurança, qualidade e credibilidade da marca Motorola”, diz Renato Arradi, diretor de serviços digitais da Motorola, responsável pelo Dimo. “Dimo representa uma iniciativa que proporciona inclusão digital financeira, de forma simples e sem cobrança de taxas de manutenção.”

A solução foi desenvolvida em parceria com a plataforma de banking as a service (BaaS) Jazz Tech que, por sua vez, está plugada ao banco carioca Arbi.

“A parceria com a Motorola nos permitiu criar algo único no mundo”, afirma José Roberto Kracochansky, CEO da Jazz Tech, em nota. “Diferente de tudo o que o mercado já viu, no Dimo, o usuário encontra a integração de um banco digital embarcado nativamente dentro do smartphone. Essa tecnologia tem como objetivo proporcionar uma experiência bancária completa e segura, aliada à solidez e abrangência da marca Motorola, com dezenas de milhões de consumidores que confiam e utilizam seus smartphones no dia a dia”.


Pay4Fun amplia portfólio com lançamento de cartão pré-pago

A Pay4Fun, instituição de pagamento (IP) especializada no setor de apostas esportivas e entretenimento, acaba de lançar o Pay4Fun Card, um cartão de crédito pré-pago 100% digital e aceito em lojas físicas e onlines ao redor do mundo. A solução foi desenvolvida em parceria com a fintech argentina Pomelo.

O lançamento ocorre cerca de 1 ano e cinco meses depois que a empresa recebeu aval do Banco Central (BC) para operar como IP, se tornando a primeira companhia do segmento de apostas online a ter essa autorização no país.

“O lançamento do Pay4Fun Card é um grande passo na nossa missão de expandir a experiência e facilidades bancárias para pessoas que não têm acesso a elas”, afirma Leonardo Baptista, cofundador e CEO da Pay4Fun, em nota. “O cartão chega ao mercado para ajudar parte da população que não possui acesso a compras de benefícios e produtos, tornando o método de pagamento acessível para todos os públicos.”

Além de funcionalidades básicas como permitir pagamento de assinaturas online, transações por aproximação e recarga de celulares, o usuário poderá acompanhar todas as movimentações pelo aplicativo da Pay4Fun. Não é necessário carregar o cartão — os valores virão do abastecimento da carteira digital e o saldo disponível na wallet poderá ser utilizado para o cartão.

Fundada em 2017, a Pay4Fun possui mais de 340 sites integrados no segmento de entretenimento. Em julho do ano passado, a companhia bateu R$ 500 milhões em transações financeiras e acredita na expansão do mercado de apostas online ao redor do mundo.

PicPay agora tem seu “cofrinho”

O PicPay criou uma ferramenta, chamada “cofrinhos”, para ajudar os usuários a guardarem dinheiro para seus objetivos. Com o recurso, é possível definir metas como fazer uma viagem, comprar um bem ou criar uma reserva de emergência. O dinheiro rende diariamente 102% do CDI e tem liquidez imediata. A função será liberada gradualmente aos clientes.

Os valores que estiverem no saldo da conta, portanto fora dos “cofrinhos”, passarão a ter rendimento diário no primeiro dia útil após 30 dias da data do depósito, prazo em que se encerra a incidência de IOF. Nesse momento, o cliente também receberá o retorno retroativo referente ao primeiro mês. Assim, nada muda no rendimento se o dinheiro ficar na conta por mais de um mês ou se estiver nos “cofrinhos”.

Tanto o montante guardado como o saldo são depositados automaticamente em um CDB com liquidez diária e não têm limite de valor. O recurso é protegido pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) — para valores até R$ 250 mil.

Para permitir que os usuários aumentem ainda mais sua proteção, o PicPay vai lançar no começo do ano a função ‘Locais Seguros’, que permite determinar em quais localizações o cliente quer liberar a movimentação das suas economias — como ao estar em casa, por exemplo.

De acordo com a fintech, o saldo total em carteira de seus usuários já chega a R$ 9 bilhões, 1,4x maior do que no início do ano. Até o fim de novembro, mais de 22 milhões de usuários mantiveram seus recursos no PicPay.

A funcionalidade lançada pelo PicPay não é bem uma novidade. O Nubank colocou no ar este ano as “caixinhas” que, em poucos meses, já é adotado por mais de 2,8 milhões de clientes. O Mercado Pago oferece a ferramenta “reservas”. Fintechs como Oinc e Monis também querem dar uma “mãozinha” para o brasileiro guardar dinheiro.

TerraMagna faz primeira operação de fertilizantes

A agfintech TerraMagna acaba de desembolsar sua primeira operação de fertilizantes, em parceria com a Autem Trade Company, empresa que, além das atividades de trading, possui um braço específico para importação e distribuição de fertilizantes no mercado brasileiro. O valor da operação e a quantidade de fertilizantes importados não foram divulgados por questões estratégicas dos negócios.

Em nota, a empresa informa que a operação consistiu na compra de ureia e cloreto de potássio in natura importados da Europa, da África e do Oriente Médio. As indústrias e os distribuidores interessados podem comprar, diretamente nos portos, os insumos com as linhas de crédito da TerraMagna.

A negociação faz parte do programa nacional de fertilizantes, lançado pela TerraMagna este ano com intenção de disponibilizar R$ 500 milhões em crédito para o agronegócio.

“Agora, os clientes podem adquirir insumos com qualidade e preços favoráveis através da extensão de financiamentos de fertilizantes importados disponíveis no porto”, aponta David Télio, diretor comercial da TerraMagna, em nota.

Fundada em 2017, a fintech encerrou o ano passado com cerca de R$ 700 milhões concedidos em crédito para compra de insumos e prevê movimentar mais de R$ 1,2 bilhão em 2022.


Xtage, da XP, faz demissões; empresa não comenta

A onda recente de demissões na XP, informada por ex-funcionários pelo LinkedIn, também incluiu o braço de criptomoedas da empresa e, de acordo com fontes do mercado, de forma bem significativa. A notícia foi publicada pelo portal parceiro Blocknews, especializado no segmento.

O movimento causou uma certa surpresa no time, visto que a XP diz ter contratado 2,5 mil pessoas ao longo do ano, sendo cerca de 300 em outubro, conforme comunicado distribuído há poucos dias. A gestora lançou a plataforma Xtage em 15 de agosto, a sua segunda em quatro anos, e tem quatro criptos na sua lista de ofertas.

Números do mercado dão conta de que as demissões atingiram metade da operação da Xtage, que tinha em torno de 45 pessoas. Procurada pelo Blocknews, a XP disse que não comentaria a informação.

A justificativa para os cortes, segundo funcionários que deixaram a empresa, foi apenas a de redução de custos. Para um deles, o inverno cripto, que ficou mais frio com a quebra da FTX, deve ter pesado na decisão. Para outro, a notícia da demissão foi inesperada, “sem sinalização”.

Leia a matéria completa no Blocknews.

*A seção Radar publica uma curadoria de notícias curtas e relevantes sobre aportes, operações de M&A, parcerias, lançamento de soluções, entre outras novidades que interessam ao mercado de fintechs.

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