O aporte “secreto” de US$ 300 milhões do Nubank

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Confira alguns dos principais aportes e aquisições da última semana:

Crédito: Instagram/Nubank
Crédito: Instagram/Nubank

Aporte “secreto” do Nubank

Nubank recebeu, há pouco mais de dois meses, uma nova rodada de investimento de US$ 300 milhões (cerca de R$ 1,60 bilhão na cotação do dólar da época), sem alardes ou qualquer divulgação até agora.

O aporte data de 4 de junho deste ano, conforme documento entregue à Securities and Exchange Commissio (SEC), assinado por David Vélez, fundador do neobank; Douglas Leone, do Sequoia Capital; Nicolas Szekasy, da Kaszek Ventures; e Meyer “Micky” Malka, do Ribbit Capital. Os três fundos já eram investidores do Nubank.

Com essa nova injeção de capital, a fintech já levantou mais de US$ 1,4 bilhão — a última captação anunciada, uma Série F, foi em julho do ano passado, no valor total de US$ 400 milhões, em rodada liderada pelo fundo TCV, com participação da TencentDST GlobalSequoia CapitalDragoneer, Ribbit Capital e Thrive Capital, que já haviam participado em aportes anteriores. Na ocasião, a empresa fora avaliada em US$ 10 bilhões, ou um “decacórnio”, startup com valuation superior a US$ 10 bilhões.

Os bancos digitais mais valiosos do mundo (fonte: CB Insights)
Os bancos digitais mais valiosos do mundo (fonte: CB Insights)

O neobank brasileiro é o mais valioso do mundo, segundo análise da CB Insights publicada na última semana (ao lado). A fintech fundada por David Vélez, Cris Junqueira e Edward Wible supera o americano Chime e o britânico Revolut.

Aumento de capital

O BC aprovou um aumento do capital social da Nu Pagamentos de R$ 1,557 bilhão para R$ 2,087 bilhões. Também foi aprovado um aumento de capital de R$ 264,2 milhões, para R$ 594,9 milhões, na subsidiária Nu Financeira. Ambas as decisões haviam sido tomadas em assembleias no começo de julho, segundo as demonstrações financeiras da empresa.

Balanço

Na última semana, o Nubank divulgou seu balanço do primeiro semestre, conforme destacamos nesta newsletter. No período, a fintech viu o prejuízo líquido cair 32% em relação ao primeiro semestre de 2019 — entre janeiro e junho, as perdas somaram R$ 95 milhões.

Como a empresa tem reiterado há algum tempo, o prejuízo faz parte da estratégia de crescimento do negócio. “Escolhemos investir na empresa, nas pessoas e no desenvolvimento de novas tecnologias para continuar entregando a melhor experiência aos nossos clientes. Este modelo é bastante conhecido e usado por empresas de tecnologia”, escreveu Marcelo Kopel, CFO do Nubank e ex-diretor do Itaú, no blog do neobank.

Já o número de clientes mais do que dobrou nos últimos 12 meses, de 11 milhões para 26 milhões, o que representa uma média de 41 mil novos clientes por dia. E o volume de transações nos seis primeiros meses do ano saltou 54% na comparação com igual período de 2019.

IPO do Ant Group

Vem IPO gigante por aí. Na semana passada, o Ant Group, dona do Alibaba e do Alipay, apresentou o pedido de IPO. Pela oferta, a companhia de Jack Ma pode levantar US$ 30 bilhões com listagem de ações nas bolsas de Hong Kong e Xangai. A empresa espera vender 10% das ações.

Segundo matéria do Financial Times, a fatia pode chegar a 15%, num valuation entre US$ 200 bilhões e US$ 300 bilhões. Hoje, Jack Ma detém uma participação de 50,5% do capital do Ant Group.

Avaliado há dois anos em US$ 150 bilhões, a empresa de tecnologia teve lucro de cerca de US$ 2,6 bilhões no ano passado, com receita de US$ 16,88 bilhões. O Alipay é um dos aplicativos de pagamento mais populares da China, com mais de 1,2 bilhão de usuários no mundo.

Citi, J.P. Morgan, Morgan Stanley e CICC (China International Capital Corporation Limited) são os coordenadores da oferta em Hong Kong.

Banco Inter aprova follow-on para novos investimentos

O conselho de administração do Banco Inter aprovou na última terça-feira (25) um follow-on de 14,5 milhões de units, que são compostas por uma ação ordinária (ON) e duas preferenciais (PN). Pelo preço de fechamento das units no dia 25, de R$ 60,91, a oferta pode movimentar R$ 883,2 milhões.

A oferta será totalmente primária, com recursos direcionados para o caixa do banco, e pode ser acrescida em até 35%, se for exercido o lote adicional. Caso isso ocorra, a operação pode chegar a R$ 1,192 bilhão.

A operação tem como coordenadores Bradesco BBI, BTG Pactual, J.P. Morgan e Santander Brasil.

Com os recursos levantados, o Inter prevê investimentos para lançar novos produtos e expandir os negócios por meio de aquisições estratégicas. Em junho, o BTG Pactual levantou R$ 2,65 bilhões em follow-on para acelerar algumas iniciativas e investir no crescimento da plataforma digital— o banco digital de varejo do BTG deve estrear no último trimestre do ano.

Avenue compra Coin e avança no mercado brasileiro

A corretora americana Avenue Securities, do ex-XP Roberto Lee, anunciou na semana passada a compra da Coin DTVM. Com a aquisição, a instituição vai expandir sua atuação no mercado brasileiro, cuja operação local será liderada por Carlos Ambrócio, ex-Claritas e atual presidente da Anbima.

O valor da transação não foi revelado, e a operação ainda depende de aprovação do Banco Central. Segundo Lee, a compra da Coin não inclui a transferência de nenhum negócio em atividade.

Hoje com mais de 120 mil clientes e US$ 400 milhões sob custodia, a Avenue planeja chegar a 1 milhão de clientes em 48 meses, segundo reportagem do Valor.

A plataforma criada por Lee — que fundou as corretoras Clear e WinTrade e foi sócio da XP — surgiu com o objetivo de facilitar o investimento de brasileiros no mercado americano.

Além de Lee e Carlos Ambrósio, a companhia tem como sócios Vectis Partners, e.Bricks Ventures, Christian Klotz, sócio da Brasil Capital e Marco Kheirallah, ex-BTG Pactual e PDG.

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