A estratégia da Zoop, investida da Movile, em banking as a service

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Zoop, fintech que desenvolve soluções financeiras white-label para empresas, levantou um novo aporte de R$ 60 milhões liderado pela MovileA rodada teve participação da Darwin Capital, que também já investia na fintech. Foi o terceiro investimento da dona do iFood na empresa carioca desde 2018.

Com a injeção de capital, a Zoop planeja crescer a vertical de fintechs, acelerando o lançamento de novas formas de pagamentos digitais, serviços de banking e crédito para seus clientes. Hoje a empresa criada por Fabiano Cruz (CEO) e Rodrigo Miranda (CTO) se posiciona como a tecnologia para os bancos do futuro. Tudo na nuvem, como se fosse uma AWS de serviços financeiros, disse para mim Cruz na semana passada.

Com o dinheiro recebido, o plano também é expandir a equipe, com a contratação de profissionais para os times de engenharia e produtos. Dos 320 funcionários, quase 200 são devs. Para ter uma ideia do crescimento do negócio nos últimos anos, em 2018 almocei com os empreendedores e a empresa tinha 50 profissionais.

Fabiano Cruz, CEO e cofundador da Zoop (Crédito: Divulgação)
Fabiano Cruz, CEO e cofundador da Zoop (Crédito: Divulgação)

Em sua plataforma, a fintech tem mais de 600 clientes, ou parceiros, como prefere chamá-los. Durante a pandemia, a empresa computou mais de 40 novos clientes. Neste mês, estreou oficialmente no mercado de banking, linha de negócio que já estava funcionando nos bastidores.

Hoje a empresa atua como IP e tem parceria com bancos como Itaú Unibanco e Voiter (ex-Indusval) para a operação de antecipação de recebíveis, com funding vindo de FIDCs. Nos últimos 12 meses, o volume total de pagamentos (TPV, em inglês) saltou 140%. Por mês, o montante transacionado na plataforma de pagamentos é de R$ 2 bilhões.

A fintech começou com a operação de pagamentos white-label, apoiando marketplaces e outros negócios, como iFoodAvec Medicinae Solutions, na criação de soluções de pagamentos customizadas. A tecnologia evoluiu e a Zoop incluiu a oferta de crédito e, mais recentemente, de banking as a service (BaaS).

“A unidade de negócio de payments as a service deu origem ao negócio e foi combustível para outros serviços. Nosso mantra desde o começo é democratizar o acesso a serviços financeiros. Todo mundo pode ser uma fintech.”

A nova vertical de banking as a service começa com 18 mil contas ativas dos mais de 600 clientes que a fintech atende. A empresa ainda não abre números sobre a operação de BaaS, mas espera chegar a 100 mil contas até o fim do ano. Conforme a velocidade atual, é factível que esse número dobre, diz Cruz.

No segmento, a Zoop vai enfrentar uma concorrência cada vez mais acirrada, com nomes como Bankly (da Acesso), Banco TopázioConductorStark Bank, entre outras.

Com open banking e Pix, o modelo de BaaS tem ganhado mais força no Brasil, na onda da chamada “embedded finance”, uma tendência global, explica o especialista Bruno Diniz, sócio da consultoria Spiralem e autor do livro “O fenômeno fintech”.

“Hoje, quando olhamos para provedores de serviços financeiros digitais, nunca esteve tão fácil montar um banco ou carteira digital porque tem todo o aparato tecnológico. E as questões regulatórias são absorvidas pelas empresas de BaaS. Antigamente, para atuar no setor financeiro, precisava de um tremendo investimento.”

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