Easynvest compra Vérios; e.Bricks (agora Igah) e Startup Farm fazem exit

A Easynvest anunciou nesta quarta-feira (13) a compra da gestora Vérios, fintech que atua no modelo de investimento automatizado. O valor da transação não foi revelado. Com a aquisição, os R$ 400 milhões sob gestão atualmente pela Vérios serão adicionados aos cerca de R$ 25 bilhões sob custódia da Easynvest.

Com a operação, e.Bricks Ventures (atual Igah Ventures) e Startup Farm — que eram investidores da Vérios — fazem seu exit, assim como os investidores-anjos que também faziam parte do capital da fintech. Em 2018, a Vérios captou uma rodada de R$ 5,2 milhões, num aporte liderado pela e.Bricks, com participação da Startup Farm e de investidores-anjos, que já estavam no captable.

A ideia é que o serviço de robo-advisor da gestora seja incorporado à plataforma da Easynvest. Numa união que já havia começado em agosto de 2020, quando as duas empresas costuraram uma primeira parceria.

Antes, vale lembrar, a Vérios mantinha um acordo com a Rico. E a Easynvest era parceira da Magnetis — principal concorrente da Vérios — , que lançou sua própria DTVM no ano passado, e está fazendo a migração aos poucos dos clientes para a nova corretora.

Fernando Miranda, CEO da Easynvest, e Felipe Sotto-Maior, CEO da Vérios (Pedro Moleiro/Divulgação)

Hoje com 1,6 milhão de clientes, a Easynvest vem ganhando força nos últimos anos como um importante player na corrida das plataformas de investimentos pela pessoa física. Tanto é que o negócio despertou atenção do maior banco digital do país, o Nubank, que anunciou a compra da corretora em setembro de 2020 — a transação já foi aprovada pelo Cade e aguarda o OK do Bacen. Caso a operação seja aprovada pela autoridade monetária, a Vérios seguirá junto com a Easynvest para o Nubank.

“A aquisição marca o surgimento de uma dupla vencedora: a maior corretora digital do país e o melhor robô de investimentos, aliado importante da educação financeira, nossa prioridade. Compartilhamos os mesmos valores: praticidade, transparência e segurança”, diz Fernando Miranda, CEO da Easynvest, em nota.

Com a compra pela Easynvest, a equipe de 15 funcionários da Vérios deve ser absorvida pela corretora. Felipe Sotto-Maior, cofundador e CEO da fintech, continuará à frente da gestora como gerente, dentro da diretoria de negócios digitais da Easynvest.

“Há bastante tempo, sabíamos que seria necessário fazer parte de uma corretora para melhorar a vida dos nossos clientes em etapas como cadastro, atualização de dados, entre outras”, diz Sotto-Maior, em nota.

“O que não fazia sentido era tentar criar isso do zero, e competir com empresas que já investiram tanto em tecnologia e inovação, como a Easynvest.”

Fundada em 2012, a Vérios começou com uma ferramenta de comparação de fundos de investimento. Em 2016, passou a oferecer o serviço de carteira automatizada de investimentos. O negócio evoluiu nos últimos anos e a gestora, que tinha cerca de R$ 140 milhões sob gestão em meados de 2017, atingiu R$ 360 milhões em junho do ano passado, quando conversei com Sotto-Maior.

Entre os serviços oferecidos estão a ferramenta de comparação de fundos de investimento e a carteira inteligente, funcionalidade que analisa o perfil de risco dos investidores, distribui o dinheiro em até cinco classes de ativos e escolhe automaticamente os investimentos a cada novo depósito.

Disputa

Atualmente com R$ 400 milhões sob seu guarda-chuva, a Vérios só fica atrás da Magnetis, pioneira no serviço de robo-advisor no Brasil, com mais de R$ 500 milhões sob gestão e mais de 7 mil clientes. Em outubro de 2020, a empresa fundada por Luciano Tavares anunciou sua entrada no segmento private e lançou uma nova experiência de investimentos, como informou a Finsiders.

A pessoa física tem sido disputada a tapa pelas plataformas abertas de investimento. Não é à toa. Em 2020, o número de contas PF na B3 cresceu 94%, para 3,2 milhões de investidores. Estimativas do setor apontam que o mercado de investimentos pode passar de R$ 3 trilhões neste ano para mais de R$ 5 trilhões em 2025.

Em setembro, o Santander comprou 60% da Toro Investimentos. Em outubro foi a vez de o BTG Pactual anunciar a aquisição da Necton Corretora. Também naquele mês, o Itaú Unibanco anunciou o lançamento de um aplicativo de investimentos, conforme noticiado com exclusividade pela Finsiders.